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domingo, 16 de dezembro de 2007

Úmida


Úmida



Estou oculta em minha própria origem...

meu abdome esconde uma fonte,

um abismo inigualável, profundo,

dentro de mim, te sinto

e te percebo...

- como arde este fogo que me consome –


Faço-me cálice para seu licor,

E garganta para seu absinto

vem, invade todo este desejo

e acalma essa fogueira que me arde

num surto maior que de um louco

e por pouco vem,

renda-se numa obsessão incontrolável

variável

arranhe, machuque, penetre, amasse,

toque-me, leve-me para aquele outro lugar.




Invada minhas entranhas,

arranha-me e me deite de bruços...

num surto maior que se faz

e sinta-se louco como tal

Faz de minha vida mesquinha tua parte.

E se seus dedos me procuram,

meus lábios os aquecem e meus livores se aproximam

quero senti-lo,

cada parte, incessantemente,

dentro de mim, fora de mim,

em mim

minhas partes estremecem quando sinto o calor da sua arte,

pinte meus pés, desenhe meus seios com suas mãos.




Morda-me

Arranque-me suspiros

Faça-me perder em mim

Faça-me úmida, ofegante, em gritos, em sussuros, faça-me mulher!!!





Registrado e publicado em Recanto das Letras

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